COMO FUNCIONA O MEDIA FOR EQUITY E QUAIS OS RISCOS?

1. O QUE É MEDIA FOR EQUITY?

O modelo de investimentos Media For Equity trata-se de um modelo consolidado na Europa, principalmente na Alemanha e na Espanha, que proporciona às startups um amplo cenário de divulgação de seus produtos, sem a necessidade de desembolso de caixa por parte das startups.

2. MEDIA FOR EQUITY NO BRASIL.

No Brasil, tem se difundido principalmente por meio dos “digitais influencers”, personalidades com grande potencial para permeabilizar a cultura organizacional por meio das suas redes sociais, fato que faz-se necessário tomar muito cuidado, já que a celebridade deve estar em plena sinergia com os valores da empresa.

Em 2021, Anitta e Nubank firmaram uma parceria em que a cantora se tornou integrante do Conselho de Administração do banco. Outro exemplo também é o caso do cantor Justin Timberlake em que no ano de 2014 se uniu à Sauza Liquors para relançar sua própria tequila. Bill Newlands, presidente da Beam Inc., fala sobre a escolha de trabalhar com Timberlake. Segundo ele, a empresa teve grande sucesso no passado trabalhando com sócios que estiveram fortemente engajados e investiram em seus produtos, como Bethany Frankel e sua Skinny Girl linha de bebidas alcoólicas.

Timberlake está classificado entre as estrelas que tem um dos maiores alcances e o envolvimento com os fãs. Diante disso, ele foi visto como um parceiro ideal para a marca. Com cerca de 30 milhões de seguidores no Facebook e no Twitter, um dos maiores números de novos seguidores no Instagram no ano passado, cerca de 3 milhões, e cerca de 900 milhões de visualizações de vídeo no VEVO no total, Timberlake tem uma enorme base de fãs e se destaca na maioria das redes, bem como nas rádios dos EUA. Segundo Newlands. “Sua capacidade de influenciar as pessoas que o seguem o tornam a escolha perfeita.”

3. QUEM PODE UTILIZAR A ESTRATÉGIA DE MEDIA FOR EQUITY?

É muito comum a estratégia de media for equity acontecer em startups e empresas no início de suas atividades, com poucos recursos, mas com grande potencial de crescimento.

As empresas mais novas tendem a utilizar quase todos seus recursos para elaborar e validar o MVP – Minimum Value Product, sobrando poucos recursos para as ações de marketing.

Dessa forma, estas companhias podem se utilizar de ações da empresa para pagar as iniciativas de marketing e não afetar seu fluxo de caixa.Mas, da mesma forma, qualquer empresa pode aplicar a estratégia de media for equity, independente do seu tamanho e da sua área de atuação.

Quanto mais promissor for o modelo do negócio, maior o interesse de outras pessoas de se tornarem sócias do empreendimento, o que vai facilitar a implementação desta estratégia de mercado.

Quando o negócio não é atraente e nem potencialmente lucrativo, dificilmente as pessoas vão querer receber ações da empresa como pagamento por seus serviços. Certo?!

4. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE MEDIA FOR EQUITY PARA A SUA EMPRESA.

Sem dúvidas, a media for equity pode ser uma estratégia do tipo ganha-ganha, em que todos os envolvidos podem sair ganhando. Confira algumas das suas principais vantagens:

Aumento da exposição da imagem da empresa para um público segmentado;

Valorização da marca;

Potencializa a escalabilidade do negócio;

Manutenção do fluxo de caixa da companhia e aumento do engajamento.

Em conclusão, media for equity pode ser uma excelente oportunidade para sua empresa captar investimentos e aumentar sua exposição no mercado.

Investimentos de equity são fortes ferramentas utilizadas por investidores para tentar alcançar retornos acima da média com seu portfólio de investimentos.

5. RISCOS DA UTILIZAÇÃO DA MEDIA FOR EQUITY.

Apesar das vantagens, é necessário ter bastante cautela quando se opta por esse tipo de estratégia, principalmente na hora de escolher figura nas redes sociais. Uma clara razão para isso é o risco do influenciador (ou celebridade) não se adequar à imagem da empresa, podendo ocorrer, desde a falta de interesse dos seguidores do influencer até uma desavença entre as partes (fundador e sócio).

5.1 A “EXPULSÃO” DE RAIAM SANTOS DA KIWIFY DO PONTO DE VISTA SOCIETÁRIO.

Raiam Santos e a empresa Kiwify firmaram um acordo de media for equity em meados de 2020, no qual o influenciador recebeu participação minoritária na empresa.

Em 2021, a parceria foi encerrada por conta das discordâncias da Kiwify com o comportamento visto como agressivo do influenciador digital. Para encerrar a associação, a empresa comprou de volta a participação de Raiam.

5.2 QUAIS OS CUIDADOS NECESSÁRIOS?

A relação entre os fundadores e o sócio influenciador/celebridade deve ser limitada, especificando todas as atribuições e responsabilidades que ele terá.

Para tratar de assuntos como remuneração, gerenciamento, atribuições, metas e limites, a elaboração de um acordo de sócios é de extrema importância.

Dessa forma, é fundamental a orientação de uma assessoria jurídica competente a fim de prevenir a materialização de riscos aos quais a empresa está exposta.

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